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Mostrando postagens de junho, 2018

nUvEns eSPeLHaDaS

o reflexo das nuvens espelhadas nas paredes de concreto se esvai na insignificância de melodias desritmadas em meio as árvores taciturnas o fim da tarde sem crepúsculo sopra no asfalto quente um boa noite de dias anteriores... Violeta Serena Belém, 27 de junho de 2018

euS iNCeRToS

comprarei a certeza da dúvida para ofertá-la aos devaneios concretos… seguindo o impulso dos movimentos traço trilhas de ventos oscilatórios em forma de paisagem abraçando a silhueta do tempo… imersa no aconchego do intangível espero os relógios parados marcarem as horas da escuta de amor e despida de mim vou ao encontro dos meus euS incertos Violeta Serena Belém, 25 de junho de 2018

vÍscErAs dO NaDa

rasgo as vísceras do nada  à procura do âmago oco efemeramente descubro a fome de amor antes mesmo da Anaís o vazio instalado nos meus poros e pelos saciam a dor do desafeto vagueio em ruas imaginárias dissipando o cansaço do mundo entre fendas, frestas e rendas descanso nos intervalos das ondas do mar que deságua em mim... Violeta Serena Belém, 23 de junho de 2018

eSCRiTaS!...

para quem escrevo? por que escrevo? egocentricamente afirmo que escrevo para mim mesma… escrevo sempre mais e cada vez mais desde que li «A transformação do silêncio em linguagem e ação » da Audre Lorde… entendi que posso exterminar os silêncios criadores dos nódulos de mágoas através das minhas escritas… entendi a liberdade visceral das palavras… não tenho medo de me desnudar em letras de poesia… sinto a plenitude da minha existência escrevendo, porque na escrita sou eu mesm a… posso ser a mulher que eu sou traduzida em palavras de poeta: “é pura tempestade abrandada… é carinho em excesso e dureza acertada…” não escrevo para transformar o mundo e sim para transformar a mim mesma e viver um pouco melhor nesse mundo bruto… nesse mundo bagunçado e tão sem jeito… escrevo para aplacar a fúria da dor da humilhação e desumanidade… porque as mazelas da escravidão negra ainda reverberam em corpos negros como o meu, matando nossas crianças a caminho da escola... escrevo para de

sIlhUEtA dA CiDaDe

acordei respirando palavras em sonhos despertados descanso o olhar mirando a janela vitrine  e vejo  a silhueta da cidade envolta em sombras de sons as nuvens singelas alicerçam o teto celeste nesta manhã enquanto nos meus devaneios diurnos almejo encontrar uma plenitude atlântica em ruas de rios amazônicos... Violeta Serena Belém, 22 de junho de 2018

fIO dE LuZ

encontro calmaria no fio de luz acariciando  as folhas verdes das mangueiras expostas ao sol... nesse momento de contemplação descanso minha imaginação enquanto ouço a paz forjada entre ocidente e oriente no mais desumano ato de atraso humano... procuro uma flor que me salve fitando as orquídeas de plástico sorrindo  para os plastificados botões de rosas amarelos silencio dentro de mim e oferto-me um minuto de calmaria no interior das minhas entranhas... Violeta Serena Belém, 18 de junho de 2018

cOrPo eM vErSoS

trago versos nas pontas dos dreads que se divertem em meu corpo leve… na concha da língua burilo  pérolas sem rima e sem linha todos os dias… nos movimentos dos dedos desenho grafias guardadas em segredos… na existência de mim formato palavras para encontrar  lacunas sem fim… Violeta Serena Belém, 11 de junho de 2018

dOcEs SoDaDe

l ágrimas doces de sodade rolam na minha face chegando ao canto da boca para encontrar o canto do Pantera no refrão de «lapidu na bo» ritmada ao bom feeling da Sara-Sereia que sabe dizer coisas bunitas… enquanto os sons de Cabo Verde nas Ilhas de Lisboa se movem em mim atlânticas agitações internas criam enxurradas de emoções desaguando no tejo em dia de louvação a lua na dispidida do semba encontrando o fado numa ladeira qualquer… Violeta Serena Belém, 05 de junho de 2018