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Mostrando postagens de julho, 2018

vOcÁbUlOs eM PeRGaMiNHo

acordo pensando em palavras perdidas desritmando a vida nas ruas do meu ser procuro falas escritas para tecer algum dizer em papel descartável grafo versos do imaginário enfeitando um relicário na minha pele de pergaminho desenho vocábulos de cidade extraviados pelos caminhos… Violeta Serena Belém, 21 de julho de 2018

vItrInEs dO TeMPo

é preciso sacudir a vida limpar a poeira do passado tirar os fungos do presente reduzir a crosta de mágoas eliminar as bactérias do apego documentar o desencanto em papel descartável lavar com água corrente os resíduos do desamor passar verniz de leveza no craquelê da angústia conservar os abraços de achonchego preservar preventivamente as redes de afetos expor nas vitrines do tempo as marcas do corpo musealizando a existência do viver… Violeta Serena Belém, 20 de julho de 2018

gOzO dO Não!

a pausa do tempo faz barulho de descanso nos entremeios da inquietude acionando a desconfortante desobrigação  em não ter quê... sombreando assombradamente a quietude do apenas ser... o vício da movimentação constante à procura do inalcançável revela-se nas lacunas expostas nas vitrines  do consciente criando cenários de culpas indesculpáveis  no inconsciente profundo pelo gozo  de não fazer nada... Violeta Serena Belém, 17 de julho de 2018

aSSiMeTRia dO tEmpO

o silêncio orquestrado pelos pássaros grafam ondas de quietude no ar húmido transpirante como anfíbio crio escamas de braveza na velocidade  da calmaria interna enquanto observo a dança das mangueiras bailando uma melodia inaudível composta na assimetria  do tempo...  Violeta Serena 10 de julho de 2017

cOrrEntEzAs dE aLíVio

as gotinhas de chuva banham o terraço de madeira velha anunciando que é tempo de lavar as feridas da alma… o cálice de vinho tinto energiza o coração de veraneio em estado petrificado bombardeando os laços de frieza… a saliva seca umedece os nódulos de rancor instalados na garganta do tempo… as lágrimas envidraçadas desfilam pelo canto do olho e seguem perene para a nascente do mar sem fim afim de encontrar as correntezas de alívio… Violeta Serena Belém, 03 de julho de 2018

grÃOs De VeNTo

os grãos de vento colhidos no ar do instante germinam brotos de lucidez na árvore da insensatez constante flores de existências desabrocham no verão em transe enfeitando as mangueiras verdejantes enquanto no jardim do parque se ouve as orquídeas entoando uma melodia de saudade... Violeta Serena Belém, 30 de junho de 2018