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Mostrando postagens de abril, 2018

lEtrAs dE LaMPeJo

as letras lampejam solenemente entre meus dedos soltas, escorrem pelo meu corpo voando vento acima à procura de repouso nos ares minusculamente dissipam-se em queda macia junto a estrela cadente dançando na efemeridade do movimento  delicadamente seguem a direção das águas desabrochando palavras para enfeitar rios e mares imersos no nada... Violeta Serena Belém, 28 de abril de 2018

dEsENHoS dE PoeSia

a miúda Fátima me pergunta: - tia, o que é poesia? a miúda Fátima me responde: - tia, é preciso paciência para fazer poesia! a miúda Fátima me afirma: - tia, eu não sei desenhar poesia! por um momento questionei se a poesia estava na ausência traçada no desenho que não sei… talvez a poesia almeje a paciência imaterializada nas sombras da ineficiência … quem sabe a poesia seja a dança da letra vadia perdida em linhas de calmaria… Violeta Serena Belém, 26 de abril de 2018 Para a miúda Fátima que me botou para desenhar poesia em palavras

prEcIsO SoNHaR

preciso sonhar nas vias secas de amores estilhaçados preciso sonhar nas letras de poesia mergulhadas no oceano explosivo preciso sonhar no desespero de gota-a-gota dilacerante preciso sonhar dançando com o vento que leva os abrigos terrenos preciso sonhar com a delicadeza da ternura esvaziada no chão da decepção… Violeta Serena Belém, 26 de abril de 2018

tAçA dE GRaFiaS

lendo um cálice de vinho através do paladar bebo poesia pelo olhar esperando brotar o dia ao lada da taça de grafias contemplo a incerteza do amanhã com as minhas ideias vãs escuto solitariamente as histórias de outrem sem a materialidade de ninguém... Violeta Serena Belém, 24 de abril de 2018

flOrEs dE MaRFiM

as flores de mim desfilam  na minha cabeça de marfim... as flores de mim chegaram a mim através  de um conto no instante do sonho... as flores de mim embelezam os meus dias nessa vida vazia... Violeta Serena Belém, 24 de abril de 2018 Foto: Jorge Valadas Para Conceição Evaristo por ter me apresentado a cidade Flor de Mim.

eCo De tEcItUrA

fios de luz no eco das sombras deslocam-se na tecitura do instante oscilando na melodia das cordilheiras adentrando  os corações rasgados  de amores  makaja… Violeta Serena Belém, 22 de abril de 2018 Para Susana Baca, por encantar os meus sentidos com a sua suave voz

aZuLeJaNDo O vErdE

azul em letras azulejando o verde da alcova com palavras de arte num diálogo de retinas mediado pelas mãos… Violeta Serena Belém, 22 de abril de 2018

cAnsAçO

exaustivo  é  meu cansaço infinito... cansaço dos nós atados por todos os lados... cansaço dos olhos abertos em devaneios singelos... cansaço das pernas paradas à procura da estrada... cansaço dos brancos costumes desfilando imunes... cansaço de tanta gente insuportavelmente carente... Violeta Serena Belém, 21 de abril de 2018

pOEmAs dE aMoR, sEmprE

não sei não escrever poemas de amor… sou clichê sou retrô sou dengosa por isso… poemas de amor, sempre… amor para mim é… fé religião vida… o amor caminha nos labirintos do meu corpo… amor é… a força brotando na minha fala doce o sorriso escrachado desenhado no canto da boca é a minha certeza direta na aflição dos dias o amor transborda nos meus olhos de paixão pelo mundo… Violeta Serena Belém, 18 de abril de 2018

pOEsIA nO Ar

escrevo poesia no ar para aplacar o meu medo racional oriundo da minha irracionalidade remota... escrevo poesia no ar para desanuviar os pensamentos trágicos de certeza concreta da morte... escrevo poesia no ar para disfarçar a fragilidade incrustada nos oríficios dos meus órgãos... escrevo poesia no ar para libertar  a ser viva reclusa em mim aprisionada libertamente ao chão... Violeta Serena No ar... 17 de abril de 2018

bAlAnçAr dAs TRiLHaS

balançar no ar rompe com a certeza das estruturas fixas... fico entregue aos ventos de Oyá me ninando na mais intempestiva brandura... meu coração palpita a cada caminhar turbulento nas trilhas do ar... entre tremidas espaçadas mentalizo o de mais belo que há na terra e gozo a certeza da minha finitude no mundo Violeta Serena No ar... 17 de abril de 2018

pAvOr DaS nUvEns

com as minhas pequenas mãos almejo tocar as nuvens sentindo a sua textura indecifrável em deslocamento nos ares... com a minha grande boca quero comer as nuvens degustar o seu gosto de nada e preencher o meu paladar insípido... com as minhas pernas  sonho entrançar as nuvens numa dança guiada pelos seus braços revoltos em ventania... com todo o meu corpo num momento de pavor nas alturas desejo me lançar as nuvens como semente de hibisco para desabrochar em flor de algodão doce... Violeta Serena No ar, 17 de abril de 2018

cAlAbOUçO dAs DoReS

querem destruir nossos deuses queimam materialmente as nossas memórias frágeis esmagam  à pontapés as nossas subjetividades criam reinados soberanos no calabouço das nossas dores Violeta Serena Rio de Janeiro, 12 de abril de 2018

cOrEs

as cores esfuziantes colorem a vida em dias ácidos de nuvens cinzas... ilumina a talisca das dores cicatrizando estragos com fulgores... amacia  a solidez da ira na esperança de um bom dia!... Violeta Serena Lisboa, 12 de abril de 2018

trAmAs

as tramas tramam tramóias nas cordas manipuladas em dissonantes linhas nas cifras das rinhas...  Violeta Serena Rio de Janeiro, 11 de abril de 2018 ´

mÃO DuPLa

o sol resplandecendo nas pedras imóveis dedilha  luminosamente a beleza do tempo... olhares de contemplação descansam agitadamente mirando a paisagem  na esquina de mão dupla... os fios d'água do atlântico embalam saudosamente as memórias  de outras margens... Violeta Serena Rio de Janeiro, 11 de abril de 2018

chUvA & CaNÇão

a chuva ecoava gostas de amor num gesto de fulgor… ouvindo a canção descobri que as brisas tem tornados em digressão… chuva e canção agitavam a minha imaginação enquanto eu sorria com olhar de maresia… Violeta Serena Belém, 07 de abril de 2018

uMa PReNDa dE aMoR

te oferto mel e rosas cariño meu… te oferto a grandeza de mim na minha diminuta existência… te oferto a beleza da minha plenitude bailando uma canção qualquer… te oferto o perfume do meu sorriso no encanto da ternura… te oferto as minhas palavras-poemas na minha doce sinceridade intempestiva… te oferto amor no mais vazio e profundo sentido do amor… Violeta Serena Para o Jorge Valada – uma prenda de amor… Belém, 04 de abril de 2018

cArIño

cariño deixa eu ser tua menina!... enlaçada em teus braços que me nina... protegida em teu peito aconchegada no teu beijo de intenso desejo... amando cada  gozo-gostoso do teu osso no meu corpo... cariño deixa eu ser tua menina!... Violeta Serena Belém, 06 de abril de 2018 Foto: Jorge Valadas

a JuSTiÇa

a justiça... arranca espanca alavanca a ânsia da desesperança sem horizontes de alternância na mais súbita ganância... Violeta Serena Belém, 06 de abril de 2018

eSTRaDaS dOs FRaCaSSoS

não me prendo a nada mas desejo tudo tecendo a vida com os fios do tempo bordo trajetórias de inconstantes desafios sensoriais apegando-me a esperança de um melhor porvir sigo aflorando a minha fraqueza nas estradas dos fracassos… Violeta Serena Belém, 05 de abril de 2018

aLCoVa cOrpÓrEA

acordei desejando compulsivamente você dentro de mim movimentando-se no interior da minha alcova corpórea sugando a lascividade das minhas entranhas entranhando libido de amor num clímax terno…  Violeta Serena Belém, 01 de abril de 2018 Foto: Jose Fregel

iMaTeRiaLiZaDaS

há lembranças sem memórias vagando na imaginação de ontem circulando na esteira do hoje imaterializadas no amanhã do será… Violeta Serena Belém, 01 de abril de 2018 Foto: Jose Fregel