Pular para o conteúdo principal

cOrpO iNSTRuMeNTaL


A menina-borboleta e o moço sonoro encontraram-se numa noite fria de caloroso desejo…. Entre sangrías e cervejas começaram um diálogo no qual se propuseram realizar a performance da libido. Primeiramente pensaram numa encenação na qual ela ficaria nua em quatro apoio e ele em pé, defronte a ela tocando Debussy no contrabaixo... comunicariam-se apenas com o olhar… Na segunda representação imaginada por ambos, ela deitaria nua na cama dele, o contrabaixo seria colocado sobre o seu corpo - ele executaria Clair de Lune do Debussy e assim,  o instrumento tomaria uma forma femininamente humana… Enquanto idealizavam quais das performances seria praticada acariciavam-se lascivamente ao som voluptuoso do samba… Caminharam pela noite fresca da cidade… sorriram…  abraçaram-se... falaram safadezas um no ouvido do outro... transformaram-se em personagens cinematográficos com toda a libertinagem de dois seres desejosos de carinho do bem querer… Chegando à casa da menina-borboleta as carícias intensificaram-se com vigorosos beijos de língua… as mãos leves e suaves do moço sonoro apalpava todo o corpo dela, o som da sua fala mansa a excitava… ela ouvindo Debussy,  segurando e bebendo um cálice de vinho tinto e com o  cigarro entre os dedos da outra mão sentia a boca do moço sonoro deslizar por seu pescoço até o cóccix… os dedos dele bailavam pelos seus seios, passavam pelo seu ventre e pousavam sensualmente em seu sexo... ela sentia a humidade entre suas pernas aumentar… Como um girassol que se move de acordo a trajetória do sol, seu corpo mexia conforme os movimentos das mãos e boca do moço sonoro… Em seu ninho de aconchego os seus desejos carnais fundiram-se solidamente… Debussy ao fundo dirigia cada locomoção do prazer … Envolvida em toda aquela atmosfera sonora vinda da música e dos seus sussurros de gana -  ela lhe pediu: - faz do meu corpo seu contrabaixo! Ele a tocou como um instrumento musical e em cada parte do seu corpo executou uma nota de regozijo…
Violeta Serena
Lisboa, 12 de janeiro de 2016
Para o moço sonoro do contrabaixo belo que a seduz


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

bUcEtA-FLoR

pousa a mão na minha buceta  acariciando os pequenos e grandes lábios em forma de  flor desabrochando  entre os seus dedos à espera dos seus lábios...  beija todas as terminações nervosas da  minha buceta  fazendo poesia terna com a sua língua nas paredes úmidas abrigantes do meu ponto [G] de amor...  cheira toda à extensão da minha buceta, como se fosse pétalas de mistério, respira os segredos de mim guardados no meio das minhas pernas para ti...  Violeta Serena Florianopólis, 29/12/2018 Foto: Maíra Zenun

cInzA eM SaLVaDoR

l endo o som do vento  vou caminhando pelas trilhas d’águas das ruas quase desertas sentindo cada pedacinho do meu corpo negro espraiando-se na paisagem uma imagem secular  de homens negros pescando sobre uma pedra encanta o meu olhar o sol se esconde calorosamente  por trás das nuvens o Seu Mateus Aleluia cantou: “na linha do horizonte tem um fundo cinza” é um dia nublado em Salvador  [e] sigo caminhando pela cidade  encontrando a poesia nos detalhes… luZgomeS Salvador, 19/02/2024

eNCRuZiLHaDa dA prAçA

nos dias de carnaval  te observei para na praça do monumento  ter a sorte grande de te encontrar  naveguei por horas  no desejo do teu olhar propositadamente deixava  meu corpo roçar no teu fantasiando acariciar  os poros da tua pele tomada pela vontade de você  molhei meus lábios no rio doce da tua boca a encruzilhada abriu os caminhos para os nossos passos na noite andando lado a lado entrelaçamos  os dedos das mãos  com a intimidade do agora pousamos no teu ninho  um cenário de imagens, palavras e luzes despertou o meu interesse em te enxergar para além  do que via  mirando a cidade do alto preparei o meu corpo para te receber no interior do meu ventre ao ter você dentro de mim gozei: com a leveza…  com a ternura…  com a sedução… com a beleza dos nossos corpos negros nus…  escapando da violência cotidiana  na troca de carinho sincero… luZgomeS Salvador, 17/02/2024 para o moço bonito D’Oxum