crIstAl dO TeaTRo mÁGiCO

Somos amigos? Talvez pudéssemos ser! ... A nossa suposta amizade imaginária é tão frágil quanto a chuva de cristal do teatro mágico... O sexo de aproximação afasta-nos... Miras-me nos olhos com dispersão... Sorris sem sorriso... Danças comigo desritmadamente... Tocas-me à procura de algo que não existe em nós... A intimidade dos nossos corpos não nos fez íntimos... Agora, admirando a lua cheia reluzindo cristalinamente na água calma, queria perguntar-te: Foi? ... É? ... Era?... Será? ... Em algum momento houve eu/tu/nós? ... Escuto o silêncio das suas não-respostas... A poesia emudece-te!... Entre encantos e desencantos de ti e de mim, ... percebo que tu e eu no nós nunca fomos modernos...

Violeta Serena

Lisboa, 21 de junho de 2016

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l endo o som do vento vou caminhando pelas trilhas d’águas das ruas quase desertas sentindo cada pedacinho do meu corpo negro espraiando-se na paisagem uma imagem secular de homens negros pescando sobre uma pedra encanta o meu olhar o sol se esconde calorosamente por trás das nuvens o Seu Mateus Aleluia cantou: “na linha do horizonte tem um fundo cinza” é um dia nublado em Salvador [e] sigo caminhando pela cidade encontrando a poesia nos detalhes… luZgomeS Salvador, 19/02/2024

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