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a PRaÇa



Não sei definir o que é o amor... Só sei que ele existe e que só nos humanos com todas as nossas contradições podemos sentí-lo e concretizá-lo. Também não sei estabelecer quando o amor começa e quando ele se finda numa relação a dois... 




De repente, numa praça qualquer de uma cidade atemporal duas pessoas encontram-se numa noite de verão e se atraem... se desejam e vivem uma história de veraneio sem pensar no rompimento brusco que a implacável distância imporá... A praça continua sendo espaços de encontros e desencontros... A praça fica ali com as suas memórias materializadas... A praça abriga diálogos secretos... A praça acolhe amores efêmeros e duradouros... Caminho naquela praça e vejo-te... Sento naqueles bancos e a sua ausência corrói o meu âmago... Olho as pessoas na praça e entre elas não está o seu rosto... Crio uma relação de amódio com a aquela praça que me ofertou você... E hoje, ao passar cotidianamente naquela praça meu coração bate parado ao constatar a sua presença inexistente... E agora?  Só me resta entregar todo esse sentimento que carrego dentro de mim ao tempo corrente das águas... 

Violeta Serena
Lisboa, 16 de setembro de 2016
Foto: Grégoire Piquet

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