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nOstAlgIA ReGReSSiVa


uma película com nome de jardim
trilha sonora de leveza singela
parei na quietude das águas
tu e eu: tigre & cavalo
nos comendo com o testemunho do ecrã
gozamos com o gozo um do outro na foda…

depois do orgasmo
a calmaria
de estar abraçada nos seus braços
de abraços amorosos
sinto-me protegida…

hora de programinha social
vamos lá deitar na grama
ouvir um som do mundo
cruzamos a ponte de abril em agosto
toca Tom Zé para sua escuta
reconheço o meu sotaque e alegro-me
e começo a fazer o coro:

“Menina amanhã demanhã quando a gente acordar quero te dizer que a felicidade vai desabar sobre os homens…”

em suspensão no Tejo
visualizo a Lisboa de telhados vermelhos
o arqueduto de concreto robusto
o vento bate no meu rosto
e fica para trás
como o tempo que tenho para viver aqui
a nostalgia se apossa de mim
estou operando na saudade regressiva
a cada ida sei que não terá volta…

penso em nós dois
como será difícil segui sem a tua companhia
a cada toque acompanhado de um beijo
a ternura invade-me e eu lembro do regresso
acabei de assumir para mim mesma
a dor do retorno…
como eu sei que por hora
não há solução reconciliadora
ouço o Milton
e recordo da moça Carmen cantando
“Ponta de areia, ponto final…”

Violeta Serena
Lisboa, 27 de agosto de 2017





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