Pular para o conteúdo principal

cOntO dO TeMPo



hoje acordei louvando o tempo
essa divindade que raramente desce em terra
queria ser filha do tempo porque ele se move sem fronteiras
seguindo os ventos…
como a minha cabeça não lhe pertence
habito as lembranças que o tempo me oferta
uma amiga de outrora, lá das margens do paraguaçu
num dia qualquer
recordou-me as cartas de amor que escrevia em seu lugar
e sem pudor disse-me:
“-invejava a tua inteligência e o seu gosto pela poesia, não entendia porque você lia tanto”
e eu lhe confessei que me contorcia de raiva
por ela beijar as bocas que eu não beijava
e quando escrevia as cartas de amor que ela solicitava
fantasiava que uma dia seria beijada e abraçada com amor
e os livros continuam sendo o meu companheiro fiel
o tempo me deu essa oferenda
para eu lembrar que não fiquei parada no mesmo lugar
e segui mesmo sem saber aonde iria chegar!...

Violeta Serena
Lisboa, 07 de novembro de 2017.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

bUcEtA-FLoR

pousa a mão na minha buceta  acariciando os pequenos e grandes lábios em forma de  flor desabrochando  entre os seus dedos à espera dos seus lábios...  beija todas as terminações nervosas da  minha buceta e faz poesia terna com a sua língua nas paredes úmidas que abrigam o meu ponto [G] de amor...  cheira toda à extensão da minha buceta, como se fosse pétalas de mistério, respira os segredos de mim guardados no meio das minhas pernas para ti...  Violeta Serena Florianopólis, 29/12/2018 Foto: Maíra Zenun

sOm dE CuRa nA CoNeXão dO aMoR

      o som de cura sorveu as paredes do mercado ficou dedilhado no meu corpo beijou os poros mais invisíveis da minha pele nua...   o sol nascente reluziu nos meus olhos raiou na noite do céu da minha boca criou ondas de encantamento no meu estado de poesia...   o encontro da madrugada transbordou conexão de amor em toda a extensão do meu eu musealizei no museu de mim o abraço na esquina sob o amanhecer...   luZgomeS Belém, 06/06/2023 Para Jonathan Ferr        

crAtErAs

  mergulhar nas crateras emocionais dos desejos insatisfeitos abre fendas... cria fissuras... revira escombros... uma melodia para a ópera do cuidado compõe-se com notas descompassadas restaurando a falta do que nunca existiu cicatrizando os rasgos do que não foi alertando para a dádiva do presente na beleza frágil- delicada totalmente palpável   nas pétalas das orquídeas... luZgomeS 29/04/2022