A bela-preciosa e o cardeal celeste bailaram na sagrada
pista do semba… foi um encontro de desejos contemplativos… entregaram-se a
dança da volúpia... Despiram-se um para o outro com a suavidade de uma brisa
marítima em dia de por-do-sol... Os seus cabelos entrelaçaram-se ao dele ...
gostava de sentir roçando em seu corpo a textura daqueles caracóis
orientalmente crespos... mergulhava as mãos candentemente naquela volumetria de
pêlos que dava um formato singelo ao rosto do cardeal celeste! Queria desvelar
cada parte daquele corpo... contemplar minuciosamente braços, mãos, pernas,
pés, dedos, unhas, peito, costas, bunda, falo, língua, orelhas, boca, olhos...
Mirava-o sem desejo carnal, a sua beleza nua de homem a encantava... e ela
apenas queria olhar, olhar, olhar... admirar, admirar, admirar...embelezar-se
com a beleza do outro... a beleza inebriante daquele outro... aquela beleza de
nudez contemplativa... Aquele corpo sobre e sob o dela lhe provocava um êxtase
do belo... um climáx de dois seres que só tinham a beleza de si para ofertar um
ao outro... uma bricolagem de peles intercontinentais que propiciava um baile
sensual do oriente-médio com a latinoAmérica...a beleza consumada naquela cama
transcendia territórios e línguas... E assim, olhando profundamente naqueles
olhos cor de deserto, a bela-preciosa percebia a fugacidade da vida e a
concretude do belo materializado no corpo nu do cardeal celeste!...
Violeta
Serena
Lisboa, 28 de outubro de 2015
Para Asaf Karavani, o belo moço do Oriente Médio. Obrigada, pelo encantamento com a nudez
masculina.
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