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Mostrando postagens de abril, 2020

a BeLeZa dA vOZ

te vi e te (re)conheci sem precisar falarmos o mesmo idioma nos comunicamos a canção... o sorriso... o aperto de mão... o abraço... nos colocou em diálogo de outras épocas num encontro  de gerações de outrora no agora encantei-me pelo sagrado que há em você   porque o artista  tem o gesto-mágico de fazer sublime momentos simples em Saint-Louis contemplei a beleza da África através da sua voz... luZgomeS Belém, 26/04/2020 Para Wasis Diop fOtO: Joseania Freitas

tAcItUrnA dE VeNTaNiaS

na janela taciturna tomo chá quente -  fumando um cigarro espio o tempo emparedado pelas molduras da inacessível liberdade devagarzinho sinto o vento beijar o meu rosto nesse fugaz instante dou-me conta que gosto das ventanias de amor dentro de mim... luZgomes Belém, 24/04/2020

mOvImEntOs dA ViDa

em dias de tempo suspenso nos movimentos da vida não me sinto só parada no mesmo lugar viajo por subjetividades de outras existências caminho por lugares que não estive e talvez nunca esteja... em dias de tempo suspenso nos movimentos da vida não me sinto só  na companhia de mim conheço pessoas palavradas que despertam no meu eu os mais belos e vis sentimentos fazendo-me saber que estou viva sentindo os sentidos... em dias de tempo suspenso nos movimentos da vida não me sinto só aconchego-me no meu amor interior afago  as feridas das dores do mundo e mergulho em silêncio nas águas que banham o meu ventre... luZgomeS Belém, 18/04/2020

oS vEstIdOs qUE Não VeSTi...

os vestidos que não vesti enfeitam o meu guarda-roupa a espera que o tempo em suspensão entre em movimento e como uma segunda pele se avivem em meu corpo... os vestidos que não vesti fazem-me viajar por continentes, países, cidades, ruas... alimentando a minha memória de beleza de tantos mundos pelos quais passei... os vestidos que não vesti despertam-me para a realidade da minha fragilidade que se desprende das materialidades e abraçam as imaterialidades dos vestidos que não vesti... luZgomes Belém, 11/04/2020

mEUs PéS

meus pés caminham sobre o sagrado das nuvens... mares... e rochedos... meus pés vagueiam  no mistério da  noite de vento desnorteado... despertando no ardor da esteira de fumaça cinza... meus pés atravessam cordilheiras de ira... trafegando no tapete encantado do amor à vida... meus pés sonham... deliram... devaneiam... mas continuam plantados nesse chão de taco... Violeta Serena Belém, 06/04/2020