Palco… música… paisagens corporais… dança… E eu ali, no baile reverenciando a dança… Sacralizando a poesia… a música… e o cinema… pois, refugio-me nessas quatro arte-(s)… Lhes conto os meus segredos mais íntimos… As minhas dores mais profundas… Lhes oferto as alegrias da minha existência… Contudo, não me iludo… Sei que a-(s) arte-(s) nunca me darão respostas objetivamente óbvias, muito menos, normativamente lógicas… Mas me fazem caminhar… Dizem-me qual o caminho segui pelos trilhos dóceis da leveza… Fazem-me viver em plenitude dentro das limitações da minha liberdade… A-(s) arte-(s) aconchega-me com toda a intensidade da sua beleza e crueldade… Sabes, te confidenciarei em off algo jamais dito publicamente: danço por mim e para mim!… Bailando não enxergo as pessoas a minha volta… Só interessa-me a música e os músicos… Quando estou envolvida nos movimentos sonoros reverberantes em meu corpo torno-me egoísta… Não sei entender quem ouve e dança sem sentir: entendes-me?… E ali, no