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Mostrando postagens de dezembro, 2018

bUcEtA-FLoR

pousa a mão na minha buceta  acariciando os pequenos e grandes lábios em forma de  flor desabrochando  entre os seus dedos à espera dos seus lábios...  beija todas as terminações nervosas da  minha buceta e faz poesia terna com a sua língua nas paredes úmidas que abrigam o meu ponto [G] de amor...  cheira toda à extensão da minha buceta, como se fosse pétalas de mistério, respira os segredos de mim guardados no meio das minhas pernas para ti...  Violeta Serena Florianopólis, 29/12/2018 Foto: Maíra Zenun

aCeRTo OnÍrIco

apareceste em meu sonho para um acerto de contas no plano onírico paixão desmaterializada no planejamento astral despertando o gosto ocre da rejeição contínua sensações confusas manisfestaram-se internamente no meu eu arrependimento... frustração... desamor... tristeza... dúvida... desencanto... dor... ciúmes... manipulação... solidão... medo... desde lá da beira do cais queria saber: por que não eu? ainda continuo querendo saber: por que não eu? resposta que não veio... não vem... e não virá... mas como já te disse em outro verso: sempre quis o mundo porque sou do mundo ... voei à procura de outros lírios que me ofertassem o perfume de aconchego  renegado a mim por ti...  porém, a dor do preterimento não passou a ferida segue aberta mas eu a acaricio com cuidado para lembrar que a mulher morta por você  com lâminas de desafeto segue viva e amando!!! Violeta Serena Florianopólis, 29/12/2018

cArtA VaZia

às vezes procuro respostas na singeleza de um fragmento folhístico sobre o concreto... a decomposição da folha decompõe o meu olhar sobre o meu corpo... muitas vezes desamado-desgastado-odiado-expropriado-violentado... decompondo a folha na minha retina penso nos resquícios dos vazios que se alastram no interior de mim destruindo o meu corpo-matéria no cotidiano da vida... me fazendo acreditar por muito tempo que não era nada... criando em mim a falsa ilusão de uma vida sem sentido... construindo em algum recôndito do meu âmago o desespero por não ser ninguém... pausei! respirei! e contemplei o mundo ao redor!!!... dei-me conta que a existência inútil me apavora... e esse tal de caminho do meio nunca fez parte do meu meio... excessivamente sempre busquei o verdadeiro sentido da minha existência nesse mundo caótico de descontrário de tudo...hoje sei que tudo que faço é para me salvar desse fantasma do vazio amoroso que ainda não foi exorcizado em mim... descobri que só o amor desmedido

flOrEs eFêMeRaS

aprendi que: as flores são seres inúteis inebriando os olhares de contemplação com beleza oca... aprendi que: as flores são pinturas do tempo colorindo as estações das nossas existências opacas... aprendi que: as flores são tudo porque não se dobram as nossas necessidades fúteis  de utilidade prática... aprendi que: bouquets não são flores mortas e sim à representação da vida  finitamente efêmera que todas nós temos... Violeta Serena São Bernardo do Campo, 26/12/2018 Foto: Vivian Bortolotti

dEntrO dE VoCê!...

dentro de você: mergulho no teu oceano de indecisões floresço o teu cais de incertezas lanço âncoras de inquietações atraco no porto de ventania... dentro você: ergo lemes de devaneios abrando as tuas pororocas de anseios desperto as tuas cachoeiras de desejos perco-me nas tuas ondas de ensejos... dentro de você: aninho-me na tua calmaria aqueço a tua ira adormeço a tua melancolia amo a tua poesia... Violeta Serena Belém, 08 e 09/12/2018

nUvEns d'águas

nuvens densas cobrem o céu de ausências por trás da edificação as águas do firmamento  se transformam num grande tufão em vão monstros sem caras ganham formas com asas pássaros estranhos sobrevoam por todos os cantos na janela solitária olhos em lágrimas observam as nuvens cruas sem luz sem lua toda nua… Violeta Serena Belém, 02/12/2018

pAU GRaNDe LiMiTaNTe

outro dia me peguei pensando que não curto homens de pau grande… isso mesmo, não sou fã dos pauzudos e deles eu fujo… sexo para mim tem de ser confortável… com aconchego… com afeto… com beijos… com saliva… com línguas… com dedos… o pau grande envaidece… emburrece… entristece… a metida sem carícia não rima… não excita… não liquidifica… o tamanho não é o maior ganho… o gozo não chega com o desconforto… é preciso acariciar… beijar… encaixar… bem devagar para não machucar… às vezes acho que o pau grande é fissura sem cura na disputa da rua… o pau grande é a virilidade torta materializada na masculinidade tóxica… o pau grande é a cobrança insana de quem não ama… machos entendam: a penetração não é o auge no rolê da transação… e o seu pau grande pode ser limitante!!!... Violeta Serena Belém, 30 de novembro de 2018 Desenho: Ana Mafalda.