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Mostrando postagens com o rótulo encontro

eU dE MiM pArA VoCê

Palco… música… paisagens corporais… dança… E eu ali, no  baile reverenciando  a dança… Sacralizando a poesia… a música… e o cinema… pois, refugio-me nessas quatro arte-(s)… Lhes conto os meus segredos mais íntimos… As minhas dores mais profundas… Lhes oferto as alegrias da minha existência… Contudo, não me iludo… Sei que a-(s) arte-(s) nunca me darão respostas objetivamente óbvias, muito menos, normativamente lógicas… Mas me fazem caminhar… Dizem-me qual o caminho segui pelos trilhos dóceis da leveza… Fazem-me viver em plenitude dentro das limitações da minha liberdade… A-(s) arte-(s) aconchega-me com toda a intensidade da sua beleza e crueldade… Sabes, te confidenciarei em off algo jamais dito publicamente: danço por mim e para mim!… Bailando não enxergo as pessoas a minha volta… Só interessa-me a música e os músicos… Quando estou envolvida nos movimentos sonoros reverberantes em meu corpo torno-me egoísta… Não sei entender quem ouve e dança sem sentir: entendes-me?… ...

eNTRe A auSêNCia dE SoNS e aS VoZeS dO TeCLaDo

Comunicam-se assim: no silêncio da fala com as vozes dos teclados. As teclas do computador ganham vozes... os distancia e os aproxima... um efeito contemporâneo   de pessoas em trânsito   numa cidade qualquer com idiomas incompreensíveis... entre um sorriso e outro... um olhar de espanto ou de aconchego... mãos que se tocam e se afagam descobrindo cada zona erógena um do outro… corpos que se juntam numa dança da música que vem das Ilhas… um desenho de caneta rosa na folha com pauta...   verbos irregulares conjugados em verde limão... talvez assim, conjuguem as suas vidas nessa cidade que não é a deles… visão… tato… olfato… paladar… audição… sentidos do sensível intímo nesse encontro de afeto afetuoso…   Violeta Serena Lisboa, 27 de março de 2016

eNCoNTRo De Rua

Rua da Palma… rua de transeuntes constantes… fixos e passageiros… rua de comércio imigrante… rua de sons diversos e cheiros inodoramente insípidos… rua de gentes… rua de pessoas desconhecidamentes conhecidas… rua de encontros desencontrados ou não… rua de afetos momentâneos ou duradouros: como saber? … E num dia desses na Rua da Palma duas retinas se cruzam… Miram-se e ela acredita ser apenas mais uma troca de olhares efêmeros no cotidiano da cidade… Segue o seu caminho para continuar as suas compras… Para não perder o hábito, caminha pelo passeio olhando as vitrines das lojas chinesas… diverte-se vendo os objetos made in China… Entra no supermercado, equivoca-se nas compras… Revolta-se com a sua própria desatenção… Resignada, olha a nota dos produtos comprados coloca-a no bolso e mais uma vez pega a calçada da Rua da Palma, que lá na frente se transformará na Avenida Almirante Reis… Porém, para sua surpresa, novamente aquela retina cruza-se com a dela… Coisas do destino? Não sabe… ...