às vezes sinto medo de chegar nas profundezas de mim... tenho pavor de não encontrar o vento da beleza que inspiro e expiro no dia-a-dia... as nuvens cinzas e frias que habitam o interior do meu eu, faço questão de aprisioná-las nas muralhas das interrogações do esquecimento... mas eu lembro... e sofro... e choro... e grito pra dentro... não sou dada a permitir que me adentrem totalmente... por isso o meu uivo de horror da feiura que trago em meu âmago, é em silêncio... falo muito... mas sou extremamente silenciosa com as minhas emoções... talvez porque aprendi que ninguém se interessa por elas... talvez porque eu não sei escutá-las... talvez porque aprendi a não perder tempo com o micro, porque preciso dar conta do macro e para isso tenho que está de pé... por hora sigo com as ranhuras não cicatrizadas nesse lugar qualquer das geografias do meu corpo onde eu acho que brota o amor... e vou caminhando inflamada... infeccionada ... apodrecida pelo vírus do desamor... Violeta ...
... aqui é o lugar no qual posso ser poeta-escritora|escritora-poeta sem ter de passar pelo crivo do mercado editorial com todos os seus critérios e princípios de exclusão! ...