A noite chega com uma brisa ventosa… céu derramando gotas frias… a
lua pudicamente minguante abrigava-se atrás das nuvens cinzas… Enquanto isso a Borboletinha
Lunar se preparava para borboletar na noite em ritmo de semba e morna… banhou-se
em águas mornas acariciantes da pele e da alma… hidratou seu corpo com uma delicadeza
carinhosa… perfumou-se com uma fragrância floral-doce… maquiou seus olhos
coloridamente… pintou os lábios com o seu batom vermelho intenso… prendeu os
cabelos de lado e o enfeitou com flores vermelha e branca… vestiu um vestido
branco que não demarcava a silhueta, mas a fazia sentir-se uma líbelula com
asas de cristal… Estava senhora de si… Dona das suas vontades…
Encantadoramente mulher… fêmea de feminilidade desenquadrante… A noite é a sua
rainha e ela sua súdita fiel… O único contrato que estabeleceu com a sua majestade
foi a liberdade da dança… Na taberna medieval-contemporânea entregou-se aos
sons que reverberavam em seu corpo… Como uma pluma solta no espaço… levitou a
cada acorde sentido no interior do seu ventre… Mas, a noite lhe aguardava uma
surpresa insurpreendível… Entre uma e outra ressonância sonora a Borboletinha
Lunar percebeu que estava sendo mirada… Continuou o seu baile dela com
ela mesma… O olhar cada vez mais aproximava-se dela e aos poucos ganhava contorno e
um sorriso levemente alegre… Viu-se diante de um Rouxinol Vermelho que de
forma galantemente desajeitada a tirou para dançar… Dançaram com passos
descompassados… A Borboletinha Lunar ama a linguagem de aproximação da dança… Trocaram
beijos carinhosos e isso a encantou… Porém, antes da noite findar, apareceu o Condor
Exuberante… A Borboletinha Lunar e o Condor
Exuberante possuem uma intimidade descontraída… sem telefones trocados…
sem dia e sem hora marcada… apenas o acaso noturno os aproxima… permitindo-lhes
um acasalamento afetuoso com gozo e leveza… Sente-se bem ao lado do Condor
Exuberante… protegida e abrigada em seus braços compostos de notas
musicais… A Borboletinha Lunar ficou perdida entre os dois passáros… Não
sabia qual canto ouvir e nem para quais asas voar… Pousou no pescoço de um e o
acariciou… Pousou no pescoço do outro e o afagou… E de pouso em pouso decidiu
bater asas sozinhas… Lunarmente despediu-se dos dois passáros… trilhou os
caminhos definidos indefinidamente pelos ares da noite… pousou em seu porto de
aconchego… sentiu-se feliz em sua solitude… e dormiu enroscada nas suas almofadas
de petit poá…
pousa a mão na minha buceta acariciando os pequenos e grandes lábios em forma de flor desabrochando entre os seus dedos à espera dos seus lábios... beija todas as terminações nervosas da minha buceta fazendo poesia terna com a sua língua nas paredes úmidas abrigantes do meu ponto [G] de amor... cheira toda à extensão da minha buceta, como se fosse pétalas de mistério, respira os segredos de mim guardados no meio das minhas pernas para ti... Violeta Serena Florianopólis, 29/12/2018 Foto: Maíra Zenun
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