Numa tarde de sexta-feira chuvosa e fria
nessa Lisboa de jeito nenhum sem ti, ouço Paulo Flores... O ritmo do semba
aquece o meu coração pulsante de inquietações... Arrumo a minha casa, toco carinhosamente
as minhas coisas e por dentro vou organizando as minhas emoções mais íntimas...
Não medito... Não faço orações... Não pratico nenhuma religião... Me refugio
nas artes que me descentra e me centra em mim mesma nesse mundo que me cerca. Fico
tentando ler o seu silêncio, mas, dou-me conta que o teu silêncio é seu... Sorrio
dos roteiros imaginários das minhas sensações... Brinco com a minha boneca, ouvinte
silenciosa dos meus sonhos secretos... E assim, vou poetisando a sua
ausência...
Violeta Serena
Lisboa, 27 de janeiro de 2017
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