as
labaredas
rasgou
a entranha frontal
de
pedra e cal
consumiu
as estruturas
engoliu
as coisas cruas
chamas
de desespero
bailaram
em desassossego
desvelou
o hidrante de fachada
deixou
as nossas caras inchadas
a
beleza do fogo de Xangô
aos
pés das musas brincou
zombando
da cara do imperador
não
sei em que tempo
se
conjuga a memória
mas
sei que ela tem história
o
museu-palácio foi incendiado
pelo
acaso do descaso
sem
cinzas da fênix
nesse
inconstante presente
[e]
sem conclusão uma nação
clama
por razão
às
vesperas
de
uma temerosa eleição…
Violeta Serena
Belém,
23/09/2018
Para
os escombros e memórias do Museu Nacional…
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