o
vento se esparrama todo pela casa
se
joga pelas almofadas
acaricia
os papéis sobre a mesa
dá
um beijo nos livros
brinca
com as chamas do fogão
traquina
com os vidros da janela
faz
par amoroso com a poeira do asfalto no piso de taco
levanta o vestido em plena sala de jantar
dança
no corpo trazendo o frio de outrora…
o
vento ausente aos olhos
se
faz presente por outros sentidos
o
vento é o encantado precioso
no
calor húmido da floresta
o
vento é o elemento invisível
movimentando
as águas visíveis da maré alta
o
vento adormece no colo da vitória régia
e
acorda enroscado nas folhas da mangueira
o
vento de Oyá
agita
a casa da menina D’Oxum…
o
vento causa eventos de frescor
espanta
a dor
desamarra
o amor
eleva
o andor
ai!
o vento…
esse
vento de ruas sem asas
se
tornou o vento de casa…
Violeta
Serena
Belém,
10/11/2018
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