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Mostrando postagens de julho, 2019

sOmEntE BeLeZa dE TRaVeSSiaS

na beleza das travessias pontes de coragens se erguem na inconstância do medo lados opostos de uma mesma via cruzam-se sobre caminhos d’águas azuis lançando âncoras ao vento à procura dos metais cravados no asfalto de repente… no instante do tempo presente... olhos marejados das lembranças de outrora rebubinam toda a memória para dizer no fundo de algum eu que tudo seja somente travessias… Violeta Serena/luZgomeS Corroios, 30/07/2019

gErmInAr PoeMaS

tenho:  ... poemas para passar a limpo...  ... flor para germinar beleza...  ... [e] amor para por em prática...  Violeta Serena/luZgomeS Lisboa, 22/07/2019

frEstA dE BeLeZa

na porta fechada da feiúra...  busco fresta de beleza... agraciada pela luZ do mundO... Violeta Serena/luZgomeS Castelo de Vilde, 21/07/2019 fOtO: Jorge Valadas

cAfÉ-PoeMa

hoje:  quero um poema curto...  curtinho...  para curtir num café longo.... Violeta Serena/luZgomeS Lisboa, 22/07/2019

pOEmA dE rUA

caminho nas ruas dessa cidade que vivi e às vezes não sei de mim… corpos e mais corpos amontoados pelas vielas transversalizam o meu caminho e eu fico assim: inquieta… parada… ensimesmada… irritada… aberta as descobertas do tempo de agora que parece não ter hora de ir embora… subo mais uma ladeira, sem eira nem beira e continuo arteira… entro naquela lojinha do chinês me oferto um mimo não português e de quando em vez vou seguindo o mundo todo, esperando a minha vez, que já é!... violeta serena/luZgomeS Lisboa, 10/07/2019

sEm NoMe pOÉtIcO

... a poesia é uma dádiva do Órun e das águas com voz de calmaria em plena tempestade lançada nas encruzilhadas do mundo… a poesia é esse meu corpo negro embalado no ibiri de Nanã, no abebé d'Oxum e na flecha da cabocla… a poesia é as minhas cordas vocais à deriva no atlântico em busca das memórias negras adormecidas em meu ser!...  Violeta Serena/luzgomeS Lisboa, 12/07/2019 fOtO: Jorge Valadas

mUsEALizAr a CuRa

é preciso: desapegar das memórias dolorosas desarrumar a reserva técnica do desafeto criar políticas emocionais de descarte das mágoas documentar o autocuidado nas folhas rasas do autoamor [e] musealizar a cura num movimento de respeito as subjetividades no tempo presente… Violeta Serena/luZgomeS Aracaju, 08/04/2019.

bElEzA dA CoR

a dor atropela a beleza da cor instala o desconforto do ser desestruturando o bem viver… Violeta Serena/luZgomeS Belém, 19/04/2019

prA Que?

pra que? por que? às vezes acho que… sinto que… é um não sei mais o que... no entanto, talvez, possa ser que… eu me livre desse vazio do que… que não me faz entender o porquê… Violeta Serena/luZgomeS 20/06/2018

o AnO eM pAlAvrAs

escrita… tese… defesa… despedida… rupturas… regresso... medo… aeroporto… violência… avião… racismo… xenofobia… regresso… readaptação… estranhamentos… universidade… docência… aula… pesquisa… extensão… relatórios… congressos… saúde… política… desespero… fascismo… machismo… adoecimento… poesia… calmaria… literatura… leituras… cinema… recôncavo… morte… vida… corpo… cuidado… flores… águas… amor…  Violeta Serena/luZgomeS São Paulo, 29/12/2018

dOrEs Do cOrPo… dO oSSo ... & ... dO SoPRo…

as dores sempre estão presentes nas minhas escritas… outro dia me perguntei: - por que falo tanto de dor? e respondi a mim mesma: - porque as sinto, é óbvio, né mulher?!… descobri que a minha relação desamorosa com a dor é antiga… é desde antes e desde sempre… é desde que o sopro da minha vida se abrigou no útero da minha mãe… as dores se espalham pelos meus ossos… nervos… e carnes… instalam-se no recôndito do meu ventre… mapeia toda a geografia do meu corpo… e rasga toda a minha estabilidade física de mulher sapiens… são dores ancestrais habitantes da minha memória mais profunda… heranças dolorosas invisíveis a olho nu… porém… totalmente visíveis na minha retina… sigo carregada de dores nas bagagens diárias da minha existência… contudo, caminho sorrindo… não para disfarçar… e sim… para driblar a dor que estar… Violeta Serena/luZgomeS Belém, 2019 fOtO: Jorge Valadas

áToMoS dE eSPeRaNÇas

  todo dia a gente acorda esperando a vida vivida girar em círculo e ciclo nuvens… céu… folhas… flores… águas… ar… movimentam-se nas bordas de um clima pré-aquecido desaquecendo as nossas existências em sequências errantes… delirantes… dilacerantes… serpenteando lindamente entre as agruras vamos juntando átomos de esperanças na tentativa vã de construirmos moléculas de sensatez… Violeta Serena/luZgomeS Belém, 20/04/2019