às
vezes sinto medo de chegar nas profundezas de mim... tenho pavor de não
encontrar o vento da beleza que inspiro e expiro no dia-a-dia... as nuvens
cinzas e frias que habitam o interior do meu eu, faço questão de aprisioná-las
nas muralhas das interrogações do esquecimento... mas eu lembro... e sofro... e
choro... e grito pra dentro... não sou dada a permitir que me adentrem
totalmente... por isso o meu uivo de horror da feiura que trago em meu âmago, é
em silêncio... falo muito... mas sou extremamente silenciosa com as minhas
emoções... talvez porque aprendi que ninguém se interessa por elas... talvez
porque eu não sei escutá-las... talvez porque aprendi a não perder tempo com o
micro, porque preciso dar conta do macro e para isso tenho que está de pé... por
hora sigo com as ranhuras não cicatrizadas nesse lugar qualquer das geografias
do meu corpo onde eu acho que brota o
amor... e vou caminhando inflamada... infeccionada ... apodrecida pelo vírus do
desamor...
Violeta Serena/luZgomeS
Belém, 17/11/2019
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